fundo de quintal no Maranhão e em Bali

Vladimir Cunha é grande mestre. Sempre me apresentando novidades importantes. MUITO importantes. Foi a pessoa que me fez escutar tecnobrega pela primeira vez. Antes, num show de sua banda Mangabezo, trouxe Mestre Laurentino para o palco (um tesouro que guardo como medalha: uma camisa que Mestre Laurentino me deu, cheia de desenhos brilhosos, bem característica de sua elegância nos palcos e fora dos palcos). Hoje reapareceu num email com pergunta com sotaque paraense: “Tás acompanhando os vídeos do Fundo de Quintal? Lembrei de ti. Seria o tipo da coisa que tu colocaria no Música do Brasil.” Música do Brasil foi o projeto que me aproximou de Vlad.

Não sei em que planeta eu estava vivendo. Fundo de Quintal para mim ainda era banda que revolucionou o samba carioca. Fui pesquisar, pois dica de Vlad não se ignora. Logo descobri o mais que mega repentino sucesso do Fundo de Quintal de Santo Antônio dos Lopes, Maranhão. Aqui o vídeo preferido do Vlad, e meu também. Os vídeos são até mais interessantes (mesmo com condenável ausência de distanciamento social na pandemia – afinal há casos fatais entre adolescentes brasileiros) que a música. Tem algo de teatro de vanguarda pós-tropicalista, pós-Oficina, pós-Asdrúbal.

Tem algo deste vídeo do Gabber Modus Operandi, minha banda preferida no momento (teve mega sucesso igualmente repentino, mas em festivais de música de vanguarda de todo o mundo). Montagem de imagens reais de rituais de fundo de quintal em Bali. Fui pesquisar também: os rituais se chamam jathilan. Ficaram pop e populares entre adolescentes recentemente. Parece que têm origem numa especie de cavalhada javanesa, onde eram encenadas batalhas contra colonizadores holandeses.

Mundo doidinho este nosso, produtor de vontade sempre renovada de rave pura.

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Uma resposta to “fundo de quintal no Maranhão e em Bali”

  1. Kraftwerk de palafita | Hermano Vianna Says:

    […] sobre Vladimir Cunha: ele também me mostrou o trabalho que vem fazendo com a banda Strobo. Como aperitivo, aqui um […]

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